quinta-feira, 17 de julho de 2014

Lâmpadas inteligentes são hackeadas para furto de senhas de Wi-Fi

O mais novo alvo de ataques hackers no mundo da tecnologia são as lâmpadas inteligentes. Cibercriminosos desenvolveram um método de ataque que consegue invadir as lâmpadas para roubar senhas de conexões Wi-Fi que estejam próximas aos dispositivos. As lâmpadas LIFX foram as visadas pelos hacks.
Lâmpadas inteligentes tem vulnerabilidade grave (Foto: Divulgação/LIFX)Lâmpadas inteligentes tem vulnerabilidade grave (Foto: Divulgação/LIFX)


Os dados são passados entre as lâmpadas por meio de uma rede 6LoWPAN, especificação wireless construída sobre o padrão IEEE 802.15.4. O sistema usa criptografia AES, mas a senha pré-compartilhada não muda, o que torna mais fácil para o hacker decifrar as credenciais.
De acordo com um post em seu blog no fim de semana, a empresa admitiu que precisou realizar uma atualização de firwmare por conta de problemas de segurança. Os pesquisadores descobriram uma vulnerabilidade que permitia que hackers que estivessem a cerca de 30 metros das lâmpadas conseguissem obter as senhas das redes Wi-Fi.
“Com conhecimento de algoritmos de criptografia, senhas, vetores de inicialização e protocolos de rede, é possível injetar programas para capturar detalhes Wi-Fi e decifrar as credenciais sem qualquer autenticação ou alerta”, explica a firma de segurança Context.
Agora, porém, a versão 1.3 do firmware cria maior criptografia às credenciais wireless, tem função de processamento seguro para adicionar uma lâmapada a uma rede social e deixa as lâmpadas muito mais seguras. Vale lembrar que a LIFX iniciou sua trajetória no Kickstarter, onde teve grande apoio popular para sair do papel.
Fonte: Thiago Barros, para o TechTudo.

Veja quem ganhou e quem perdeu com a Copa na economia

Mundial teve efeito entre nulo e negativo no PIB, dizem analistas.
Bares e hotéis faturaram até 25% mais; indústria foi maior prejudicada.


Ainda vai levar algum tempo para saber qual foi o impacto exato da Copa do Mundo para a economia brasileira. Vários indicadores apontam, no entanto, que o segundo trimestre do ano viu uma forte desaceleração da economia, com as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano recuando para algo em torno de 1%.

Para consultorias e analistas consultados pelo G1, apesar das promessas do governo de que o evento geraria milhares de empregos e ajudaria a impulsionar o crescimento, o Mundial teve efeito praticante nulo ou insignificante para a economia.

“A Copa é um evento que aumenta muito o bem estar, mas tem impacto meio irrelevante na economia, sobretudo em países grandes como o Brasil. Se teve algum efeito, minha análise é que foi negativo. Foi como se tivéssemos tido um grande feriado prolongado. E se o país trabalhou menos, também produziu menos”, afirma o economista Celso Toledo, da  consultoria LCA.

Quem ganha e quem perde na economia com a copa (Foto: Editoria de Arte/G1)
Para Emerson Marçal, coordenador do centro de macroeconomia aplicada da FGV-SP, o efeito Copa ao término do ano deverá somar zero.
“O país parou por vários dias. A produção caiu, as vendas no varejo caíram, mas as pessoas também se planejaram para fazer antes ou depois o que fariam durante a Copa. Muitos setores adiantaram o início do semestre, outros vão ter agora um dezembro mais longo. Mas ao fim do ano o efeito deve somar zero", avalia o economista.
Na análise por setores, entretanto, houve quem faturou com a Copa, sobretudo os segmentos ligados ao turismo e lazer, como hotéis e bares. Por outro lado, a indústria manteve a trajetória de queda, por conta da grande quantidade de feriados e dias parados. (Veja ao lado o desempenho de diversos segmentos)
Produção da indústria cai
“A indústria foi quem mais sofreu, pois a coisa já estava vindo ruim. Ocorreram dispensas e a produtividade, de fato, diminuiu. Talvez a indústria de lenços de papel pode ter ido bem após aquele dia fatídico”, brinca Marçal ao se referir à derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1.

O desaquecimento econômico, associado à fraca demanda e aos feriados, levou fábricas de diferentes áreas a dar férias coletivas ou a mudar a jornada de trabalho em junho.

Embora ainda não tenham sido divulgados dados consolidados da indústria em junho, avalia-se que tenha ocorrido um novo tombo. Aconfiança dos empresários caiu pelo 6º mês seguido e atingiu o menor nível desde 2009.

As vendas de papelão ondulado – que costumam ser vistas como um importante termômetro do comportamento da economia, uma vez que o material é usado em praticamente toda a cadeia industrial – caíram 3,38% em junho.
Somente no setor automotivo, a queda na produção foi de 33,3% na comparação com junho do ano passado. Já as vendas de veículos caíram 17,27%. No acumulado até maio, a indústria brasileira acumula queda de 1,6% na produção e de 2,2% na geração de emprego, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

700 mil estrangeiros
Já os setores ligados ao turismo comemoram o faturamento e o número recorde de estrangeiros no país: 700 mil apenas em junho – número 132% acima do mesmo mês do ano passado. O dinheiro deixado pelos "gringos" no Brasil durante o período da Copa foi 169% maior que o volume de dólares gasto no mesmo período de 2013, segundo levantamento da empresa de cartões de crédito MasterCard.

Nos 21 aeroportos das 12 cidades-sede, a média diária de passageiros foi de 485 mil, número superior ao do carnaval e do último Natal.

A taxa de ocupação nos hotéis das cidades-sede cresceu 24% na comparação com o mesmo período de 2013, estima o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

No Rio, a média de ocupação ficou em 93,8%, chegando a 97.66% na final.
Em cidades como São Paulo, entretanto, o movimento caiu por causa da redução do turismo de negócios.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), a ocupação ficou entre 58% e 62% durante a Copa, abaixo da média de 75% no ano passado. 

A entidade avalia, porém, que não ocorrem perdas, uma vez que houve uma transferência dos eventos corporativos e feiras para outras datas ao longo do ano para não concorrerem com o período do Mundial.

“São Paulo não perdeu nada. Pelo contrário, houve ganho porque a Copa trouxe uma demanda totalmente nova para a cidade. Tivemos queda em junho, mas em todos os outros meses do ano tivemos crescimento de mais de 10% e vamos crescer entre 4% e 7% no ano”, afirma o presidente da associação, Bruno Omori.

Fan Fest, na Praia de Copacabana, lotado durante a partida entre Alemanha e França (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Copa fez Brasil receber recorde de 700 mil estrangeiros em junho (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
Vendas nos bares crescem 25%
Nos bares, estima-se que as vendas tenham crescido 25%, em média, segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). 

Já nos restaurantes houve queda de 10% no faturamento, em razão do menor número de eventos corporativos no período de Copa. Outra explicação é o perfil do turista de Copa, que geralmente viaja sem a família e vai pouco a restaurantes.
A Abrasel calcula que o faturamento geral do setor chegou a R$ 11 bilhões em junho, uma alta de mais de 20% ante o ano anterior.
Os produtores de cerveja também saíram ganhando. Em junho, a produção nacional foi de 1,04 bilhões de litros, o que representou uma alta de 6,3% ante junho de 2013. No semestre, o setor acumulou crescimento de 11,6%.
Venda de TV dobrou no início de junho na comparação com 2013
Televisores são destaque no varejo
A venda de televisores disparou, puxada pela Copa e pelas promoções. Segundo sondagem da consultoria GFK, a alta foi superior a 100% no início de junho. No acumulado entre janeiro e maio, o crescimento foi de 41% ante o ano passado, segundo os dados da GFK.

Outro destaque no mês de Copa foi o setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados e artigos esportivos. O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) estima um crescimento de 9,3% das vendas em junho.

No comércio, em geral, entretanto, o termômetro é de desaceleração das vendas. O IDV calcula que as vendas cresceram menos em junho, 3,9%, ante alta de 5,4% em maio.
Somente no Rio de Janeiro, o Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas (CDLRio) estima que o comércio deixou de ganhar R$ 1,2 bilhão durante o período da Copa, apesar da grande circulação de turistas na cidade.

Setores não sentiram impacto
Na construção civil e no mercado de materiais de construção, a avaliação foi de estabilidade durante a Copa.

Caixa não regitrou mudança no volume de concessão de crédito imobiliário
Embora ainda não existam dados de junho do mercado imobiliário, a Caixa Econômica Federal informou que não foi observada alteração na concessão do crédito imobiliário em decorrência da Copa.
Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,4% junho, mas acumulou alta de 6,52% em 12 meses, acima da meta do governo, de 6,5%.
A balança comercial registrou em junho o melhor resultado do ano. No mês de junho, as exportações superaram as importações em US$ 2,36 bilhões, favorecidas pela alta das vendas de produtos básicos, que cresceram 9,5%. No ano, entretanto, o déficit está em US$ 2,49 bilhões.
No mercado financeiro, a Copa reduziu em cerca de 10% o volume financeiro total negociado em razão dos pregões mais curtos em dias de jogos do Brasil. O giro financeiro diário negociado na Bovespa, entretanto, ficou praticamente estável ante maio. O volume médio diário foi de R$ 6,33 bilhões em junho, apenas 0,5% inferior ao do mês anterior. No acumulado de junho, o Ibovespa avançou 3,76%.
Investimentos
O Ministério do Turismo estimou em R$ 30 bilhões a injeção de recursos na economia provocada pela Copa. O valor corresponde a cerca de 0,7% de tudo o que foi produzido no país em 2013.

Antes do início da organização do mundial, levantamento feito pela Ernst & Young (EY), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), estimou que a Copa injetaria R$ 142,3 bilhões na economia brasileira entre 2010 e 2014, sendo cerca de R$ 30 bilhões em investimentos em estádios e obras de mobilidade urbana, podendo gerar cerca de 3,6 milhões de empregos em todo seu ciclo.

Os números oficiais sobre criação de vagas no mercado de trabalho em junho só serão conhecidos no final do mês.
“A economia não ia parar ou voltar a andar por conta da Copa. Foi mais como dar uma festa. A gente curtiu a festa, mas gastou também"
Emerson Marçal, economista da FGV-SP
Ainda que o cálculo não tenha sido refeito ou revisto, a Ernst & Young avalia que os números estão próximos da realidade do que se assistiu.  “As projeções deveriam ser mensuradas agora ao término do evento, mas dado do sucesso da Copa acredito que os números estão bem próximos da realidade”, afirma Marcos Nicolas, diretor de Mercados Estratégicos da EY, destacando que o estudo levou em consideração um número de 600 mil turistas estrangeiros, abaixo dos 700 mil que vieram ao país.
Parece ser consenso, entretanto, que as obras de infraestrutura ficaram abaixo do esperado, praticamente se limitando aos estádios. Levantamento do G1 mostrou que apenas 50% das obras de mobilidade previstas para os jogos foram entregues.
“A grande decepção é que foi prometida uma agenda de obras não apenas ligadas ao evento e boa parte dela ficou pelo caminho”, avalia Emerson Marçal, da FGV.
Legado da Copa
Nicolas lembra, porém, que muitas das obras prometidas e que não foram entregues continuam sendo tocadas e resultarão em investimentos concretizados. “Legado não é só o dia seguinte. A Copa serviu de catalisador para acelerar obras necessárias e este aspecto – de não ter sido completado os investimentos – irá contribuir para que essa questão ganhe ainda mais urgência”, avalia o diretor da EY.

Para ele, o legado econômico da Copa precisa também contabilizar o sucesso do ponto de vista organizacional e o potencial de atração de mais turistas e investimentos no longo prazo.
“Estamos dando um salto enorme em termos de projeção do país e de capacidade de atender o turista, o que gera círculo virtuoso para a atração de novos negócios”, opina Nicolas.

O tão criticado 'padrão FIFA' trouxe uma grande contribuição ao país, ampliando o grau de exigência de qualidade para a organização de novos eventos importantes"
Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco
O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, afirma que, independente do legado material em termos de infraestrutura e de investimentos das empresas, é preciso destacar o "legado imaterial" da Copa.
"O fraco crescimento da economia brasileira em 2014 corre o risco de passar uma visão equivocada do legado e do impacto da Copa do Mundo no Brasil", diz. "O tão criticado 'padrão FIFA' trouxe uma grande contribuição ao país, ampliando o grau de exigência de qualidade para a organização de novos eventos importantes no Brasil. Acredito que daqui para frente a qualidade de serviços em geral, a mobilidade urbana, a forma de transmissão de eventos, a telefonia, a hotelaria, os esquemas receptivos, o turismo em geral, os aeroportos etc ganham bem melhores perspectivas e padrões superiores de qualidade", avalia.
Para Marçal, da FGV, independente das oportunidades perdidas e do baixo efeito do mundial no PIB, não é a Copa o principal fator para explicar o ritmo da economia no ano.
“A economia não ia parar ou voltar a andar por conta da Copa. Foi mais como dar uma festa. A gente curtiu a festa, mas gastou também", compara o economista. "Em se tratando da economia do país, a questão é retomar uma agenda de pró-crescimento, pois a inflação está num nível preocupante, o país continua com uma série de gargalos como reforma tributária, integração comercial e problemas de infraestrutura que não são atacados", conclui.

Fonte: Darlan Alvarenga, do G1, em São Paulo

domingo, 6 de julho de 2014

Indiferença da Fifa com arbitragem


A Copa do Mundo não sofre, nunca sofreu, com o estigma de ser uma competição violenta. Muito pelo contrário. Mesmo em épocas de disputa pesada em outros torneios na Europa, ou na América do Sul, ou nos dois continentes, o espírito de briga, de deslealdade, de pancadaria, nunca prevaleceu na maior competição do futebol.

Houve, claro, lances isolados, individuais, de desentendimento ou agressão, mas não foram casos que alteraram o clima de qualquer edição da Copa. Um craque da estatura de Zidane, por exemplo, já deu uma cabeçada (com jogo parado) no italiano Cannavaro, na final de 2006. É assim: um ou outro episódio de exceção que, por isso mesmo, fica até guardado na memória. Mas não é mesmo o tom da competição.

Longe disso, a Copa do Mundo guarda uma aura de qualidade, de importância internacional, de cerimônia e respeito que esfria em certa medida os ânimos mais exaltados.

Logo esta Copa realizada no Brasil está quebrando, infelizmente, um pouco dessa tradição. Não que tenha havido brigas e pancadarias, não houve mesmo, mas os jogos estão sendo disputados em ritmo mais duro, com muito mais faltas, agarrões, empurrões, puxadas de camisa — atitudes que, aliás, não são (ou não eram) muito vistas, ao menos na Europa.

E — pior de tudo — com a condescendência e a tolerância dos árbitros, que, na minha lembrança, nunca se mostraram tão burocráticos e indiferentes em relação àquilo que a própria Fifa chama de “fair play” ou “jogo limpo”. Por sinal — vejam bem como é essa senhora —, foi ela própria,Dona Fifa, que aconselhou os árbitros a se pouparem na aplicação de cartões.

Será por isso que o fraco juiz espanhol Carlos Velazco Carballlo não mostrou a menor reação diante da falta violenta, desleal (pelas costas), de Zúñiga, que tirou Neymar da Copa do Mundo?

Não foi, aliás, um jogo típico desta nem de outra Copa qualquer. Foram, ao todo, 54 faltas — nada menos do que 31 do Brasil, e 23 da Colômbia. O Brasil, portanto, com mais 12 faltas do que o adversário, voltando a jogar no estilo de Felipão e das entrevistas com grosserias de Felipão.

É curioso o comportamento do treinador, à beira do campo. Ele reclama de todas as faltas do rival e não reclama de nenhuma das 31 faltas do seu time. Curioso, não? No mesmo dia, jogaram Alemanha e França. Juntas, as duas seleções cometeram 34 faltas, mais três apenas do que o Brasil sozinho.

O juizinho espanhol tolerou não só a entrada por trás de Zúñiga ,que quebrou a vértebra do Neymar, mas também a quantidade de faltas de um lado e de outro. A Fifa vai continuar tolerando também, ou vai dar valor a algo que ela mesma tanto recomenda, que é o “fair play” ou o “jogo limpo”?

Afinal, Dona Fifa prega a veracidade ou a demagogia?





Fonte: Fernando Calazans - http://oglobo.globo.com/esportes/copa-2014/indiferenca-da-fifa-com-arbitragem-13151561