sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Entenda a crise na Rússia e possíveis efeitos no Brasil

Rublo despenca e gera temores de nova crise financeira como a de 1998.
Temor de contágio financeiro afeta países emergentes como o Brasil.





A forte desvalorização do rublo tem provocado turbulência nos mercados internacionais, sobretudo em países emergentes como o Brasil, e gerado temores de uma nova crise financeira como a de 1998, quando a Rússia declarou moratória de sua dívida, afetando a economia mundial.

A moeda russa vem sendo pressionada, principalmente, pela acentuada queda nos preços do petróleo – principal fonte de recursos de Moscou – e pelas sanções ocidentais impostas ao país por conta da atuação do governo de Vladimir Putin na Ucrânia.

A desconfiança é tamanha que nem mesmo um aumento de 6,5 pontos percentuais na taxa de juros, de 10,5% para 17% ao ano, foi capaz de evitar que a moeda atingisse mínimas recordes. Na terça-feira (16), o rublo perdeu 11% frente ao dólar, a queda diária mais aguda desde a crise financeira da Rússia em 1998. No ano, a moeda já acumula desvalorização de mais de 50%.

“O rublo vale o que vale o poder de Putin no mercado”, resumiu o jornal independente russo Novaya Gazeta.

Para tentar evitar o colapso do rublo, o Banco Central russo tem anunciado medidas como a venda diária de bilhões de dólares em divisas estrangeiras, mas obteve pouco sucesso até o momento.

Dependência do petróleo
O país, que já é afetado pela inflação, caminha agora para uma recessão, à medida que as altas taxas de juros devem prejudicar o crescimento. A Rússia pode ver sua economia recuar em até 5% em 2015 se os preços do petróleo não passarem dos US$ 60, segundo alertou o próprio banco central russo.

Petróleo e gás representam cerca de dois terços das exportações russas, de cerca de US$ 530 bilhões ao ano. Sem eles, o país teria um grande déficit comercial e de transações financeiras, e passaria a ter grande dificuldade de honrar seus compromissos e manter o atual patamar de importações.

Por enquanto, trata-se de uma crise cambial. Mas o temor de calote e o mau humor de investidores estrangeiros avessos a riscos já provoca fuga de capitais para títulos de dívidas soberanas considerados mais seguros.
E o Brasil?
É neste contexto de temor de contágio financeiro que a turbulência russa também afeta outros países emergentes como o Brasil. O real brasileiro e a lira turca, por exemplo, também têm se desvalorizado ante o dólar. Mas, por enquanto, uma situação de crise em cascata parece distante, uma vez que muitos deles acumularam reservas significativas, capazes de amortecer choques externos. As reservas do Brasil, por exemplo, estão em cerca de US$ 375 bilhões.

Segundo a agência de classificação de risco Fitch, no momento, os países mais vulneráveis seriam aqueles com forte dependência de exportação de petróleo como Venezuela, Nigéria e Bahrein.

Comércio Brasil-Rússia
No caso do Brasil, o principal reflexo até o momento tem sido o mau humor generalizado dos investidores em relação aos emergentes, sobretudo os exportadores de matéria-prima, que já vinham sofrendo com o cenário de crescimento menor da China e de estagnação na Europa.

Um agravamento da crise, entretanto, tende a afetar a capacidade russa de importar e, consequentemente, reduzir as exportações brasileiras para a Rússia.

No acumulado no ano até novembro, o comércio bilateral Brasil-Rússia soma US$ 6,3 bilhões. Embora as vendas para o país representem menos de 2% das exportações brasileiras, as compras russas saltaram 33% neste ano na comparação com 2013, impulsionadas pela maior abertura aos produtos agropecuários brasileiros, principalmente carne bovina e suína, após ter decidido proibir a importação de alimentos e produtos agrícolas da União Europeia e dos Estados Unidos em retaliação a resistência desses países em aceitar a anexação da Crimeia pelo Kremlin.

As vendas de carne bovina e suína para a Rússia no ano até novembro somaram quase R$ 2 bilhões, representando cerca de 55% das exportações brasileiras para o país (US$ 3,53 bilhões).

Do outro lado da balança, as importações brasileiras da Rússia cresceram cerca de 10% ano, somando até novembro US$ 2,7 bilhões. Os principais produtos comprados da Rússia são matérias-primas e insumos para a indústria como cloreto de potássio, diidrogenofosfato de amônio, alumínio, nitrato de amônio e diesel.
Fonte: G1

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Retrospectiva: os 10 maiores momentos da tecnologia em 2014

Bem, amigos do blog. Estamos chegando ao final de mais um ano. É hora de, como fizemos em 2012 e em 2013, relembrar os principais acontecimentos do mundo da tecnologia. Vamos a eles.
10. iOS 8 e iPhone grande
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O iOS 8 é um refinamento do iOS 7. Não é radical como o antecessor. Mas trouxe duas coisas que chamaram a atenção. A primeira é o sistema Apple Pay, que permite pagar coisas usando o iPhone - e já nasceu aceito em 200 mil estabelecimentos comerciais dos EUA. Graças à força de negociação da Apple, é a primeira vez que uma tecnologia do tipo tem chance de dar certo (o Google já tentou, e fracassou). A outra novidade é menos visível, mas até mais impactante: são as chamadas "extensões" do iOS 8. Elas permitem que os aplicativos troquem informações entre si. Isso torna mais fácil mandar um link por Whatsapp ou salvar um texto no Instapaper, por exemplo. Nessas situações, o iOS passou a funcionar do mesmo jeito que o Android. Impressão reforçada, aliás, pelo esperado lançamento do iPhone 6 - cuja tela maior finalmente equipara a Apple ao tamanho que virou padrão nos Android, 4,7 polegadas.

9. Apple Watch
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Ok, ele ainda nem foi lançado. E na primeira demonstração do relógio, em setembro, a Apple nem mostrou direito como ele funciona ou o que realmente pode fazer. Mas o que exibiu foi o suficiente para impressionar. O Apple Watch parece melhor e mais elegante que os smartwatches já no mercado, como os modelos da LG, Samsung, Sony e Motorola. Se de fato será, só saberemos em 2015. Nem a própria Apple parece totalmente segura do caminho a seguir. Tanto que, numa medida surpreendente, liberou a API (interface de programação) do relógio antes mesmo de lançá-lo, para que terceiros já se adiantem e desenvolvam apps para ele. Isso inverte totalmente a lógica do iPhone - que nasceu fechado, e só depois de muita insistência foi aberto para aplicativos de terceiros. Novos tempos.

8. A reação da Microsoft
Nas últimas três décadas, a Microsoft errou com certa frequência; algumas vezes, errou feio. Mas não pode ser acusada de teimosia. A história da empresa está cheia de episódios em que ela se deu conta do que tinha feito, corrigiu os próprios erros e deu a volta por cima. Em 2014, isso aconteceu duas vezes. Primeiro foi o reposicionamento do Xbox One. A Microsoft resolveu empurrar o sensor Kinect junto com o console - que, por isso, saiu custando mais caro do que o PlayStation 4 (nos EUA e no mercado cinza brasileiro). Essa diferença, e uma certa desvantagem de potência, fizeram o Xbox One ficar bem para trás do PS4 em vendas. Mas a Microsoft descartou o Kinect, abaixou o preço, investiu em jogos exclusivos e reagiu. Pelos últimos números, tem 10 milhões de consoles vendidos (contra 14 da Sony). Ainda está atrás, mas está diminuindo a diferença. A outra mudança foi no Windows, cuja nova versão finalmente traz de volta o tradicional Menu Iniciar. Ou seja, volta a funcionar como o Windows tradicional. Tá certíssimo.

7. A ultravigilância do Google
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Se você usa celular Android, o Google mantém um relatório com todos os lugares onde você esteve. Todos mesmo, em todos os minutos de todos os dias da sua vida. E você pode ver tudo com os seus próprios olhos. Essa constatação desagradável, a que chegamos em agosto, deu o que falar - o post foi o mais lido do ano neste blog, com mais de 740 mil acessos. Parece que o monitoramento constante que todos sofremos na internet, nas redes sociais e nos smartphones finalmente começou a incomodar.

6. Material Design
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A Apple é boa em design, mas é fraca em serviços online. O Google é bom em serviços online, mas é fraco em design. Essa sempre foi a relação de forças entre as duas empresas. Em 2014, ela mudou - porque o Google finalmente acertou a mão no design. Quatro anos depois de ser contratado, o chileno Matias Duarte (que era da Palm) finalmente conseguiu transformar a aparência dos produtos do Google, que hoje são reconhecidos pela beleza e pela consistência visual. Esse processo teve seu apogeu com a introdução da Material Design, a linguagem visual adotada em todos os produtos do Google - do Gmail ao Android. É muito bonita, e não deixa nada a dever para o iOS.

5. A volta da realidade virtual
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Lembro da primeira vez em que usei um aparelho de realidade virtual. Foi um capacete Virtuality, nos anos 90. Eu era criança, e achei incrível. A mídia não parava de falar em realidade virtual, em como ela iria ser a grande revolução tecnológica da humanidade, etc e tal (meio como hoje se refere às redes sociais, mas isso é outra história). O fato é que o tempo foi passando, e ninguém encontrou uma utilidade concreta para a RV. Ou melhor: utilidade, até que sim. Mas faltava o poder de processamento para gerar cenários virtuais convincentes - o pulo dos gráficos tosquinhos para o fotorrealismo se mostrou muito maior e mais difícil do que o imaginado. Mas agora, 20 anos depois, a realidade virtual parece estar renascendo. Em março o Facebook anunciou a compra, por US$ 2 bilhões, da Oculus Rift - que está desenvolvendo um sistema de RV bem legal. E a Sony revelou o Project Morpheus, um capacete de RV para o PlayStation 4 que pode ser lançado no ano que vem.

4. O caso Heartbleed
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Falhas de segurança aparecem todos os dias. Mas nunca existiu uma tão grande. Batizada de Heartbleed, a brecha afetou nada menos do que 66% de todos os sites da internet - se você tivesse conta em algum deles, a sua senha poderia ser roubada. Aos poucos, o problema foi sendo consertado. O interessante é que a National Security Agency, a superagência de espionagem americana, tinha conhecimento da falha e a explorava desde 2012 para acessar as contas das pessoas que desejava monitorar. Como ela provavelmente tem, hoje, acesso a outras brechas que não são de conhecimento público.

3. A morte da Nokia
A Nokia foi vendida para a Microsoft em 2013, mas teve alguma sobrevida - este ano, chegou até a lançar um celular Android (coisa que poderia ter salvo a empresa). Mas finalmente acabou. Em setembro, a Microsoft matou a marca Nokia, cujo nome deixou de ser usado nos celulares que ela vende nos EUA. No Brasil, isso ainda não aconteceu, mas parece questão de tempo. Em novembro, o que sobrou da Nokia até ensaiou uma volta, com o lançamento do tablet N1. Mas é um aparelho meio genérico, que mais parece uma cópia do iPad Mini - e é fabricado pela chinesa Foxconn. Não é um verdadeiro Nokia.

2. O Facebook nas eleições
Uau. Mesmo agora, dois meses após o pleito, ainda há uma névoa de ressaca - e gente de cabeça e orelhas quentes pelo que falou e ouviu no Facebook durante as eleições. As pessoas se engalfinharam com uma gana imprevisível. Foram semanas de quebra-pau explícito, em que cada lado defendia sua posição política com alguns argumentos, vários insultos e muito ardor. Pessoas bloquearam umas às outras, amizades (virtuais e reais) se desfizeram. Todo mundo acabou se envolvendo, ou sendo afetado, pelas brigas políticas de Facebook. Até quem não queria se meter nelas, mas viu a própria timeline tomada pelo fogo do Fla-Flu eleitoral - atiçado pelo farto compartilhamento de links com informações, tanto falsas quanto verdadeiras. Foi a primeira eleição a mexer de verdade com as redes sociais (e a ser, menos porém relevantemente, influenciada por elas). Vamos ver como serão as próximas.

1. "Ela"
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Sabe aquelas coisas que estão bem na sua frente, mas você só enxerga quando alguém as destaca? São como elefantes invisíveis. Em 2014, o filme "Ela" fez isso com o maior do nosso tempo: os efeitos colaterais da tecnologia. Como a vida hiperconectada está alterando as emoções e os relacionamentos humanos - e o que vai acontecer conosco daqui a alguns anos, com a evolução desse processo (spoiler: não coisa boa). Uma transformação que já estamos vivendo, que sentimos em todos os momentos do dia, e sobre a qual conversamos melhor neste texto aqui. Se você não leu, leia. Se não viu o filme, veja. Sempre há tempo para refletir e mudar as coisas.

Fonte: Bruno Garattoni

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Programa Cinema Perto de Você anuncia investimento de R$ 9,8 milhões


Brasília - O Banco Nacional do Desenvolvimento aprovou, na semana passada, o financiamento no valor de R$ 9,8 milhões para o Grupo Moviecom.
O investimento faz parte do Programa Cinema Perto de Você e beneficiará três complexos cinematográficos nas cidades de Ipatinga (MG), Araraquara (SP) e Taubaté (SP).
O projeto de Ipatinga, no Shopping Vale do Aço, prevê a instalação de quatro salas de exibição, com um total de 765 assentos.
Em Araraquara, o complexo a ser implantado no Shopping Jaraguá contará com cinco salas, totalizando 856 lugares.
Já o complexo do Shopping Taubaté, com cinco salas de exibição e capacidade total para 1164 espectadores, foi inaugurado em setembro deste ano.
Na operação, foram utilizados recursos do Fundo Setorial do Audiovisual - FSA e do Programa BNDES para o Desenvolvimento da Cultura - BNDES Procult.
A iniciativa
O Programa Cinema Perto de Você, instituído pela Lei 12.599/2012, foi criado com o objetivo de ampliar o mercado interno de cinema e acelerar a implantação de salas em todo o Brasil. Ele é gerenciado pela Ancine em parceria com o BNDES, agente financeiro das linhas de crédito e financiamento.
O objetivo é fortalecer as empresas do setor, apoiando a expansão do parque exibidor e sua atualização tecnológica, e, assim, facilitar o acesso da população às obras audiovisuais por meio da abertura de salas em cidades de porte médio e bairros populares das grandes cidades.
Para mais informações, acesse o site do Programa Cinema Perto de Você.